domingo, 31 de janeiro de 2010

Noite de inverno

O vermelho com tons de rubi do vinho na taça sobre a mesa, refletia as chamas da lareira que com seus estalos ao queimar concorria com o som da música instrumental de um piano que tocava uma trilha inspiradora.
Não fosse o balançar dos galhos das árvores que ele vislumbrava pela janela, castigados pelo minuano, ali naquele ambiente nem se notaria, ser esta uma noite fria de inverno.
Quanta emoção uma noite assim reserva, quantos pensamentos acompanham aquele movimento das copas das árvores, num ir e vir teimoso contra aquele soprar instigante.
Na penumbra de um luar de crescente, vê a estrada e percorre-a até onde seu olhar alcança.
Muitas lembranças passeiam com ele naquele caminho, que se não fosse a geada de outro dia estaria com o capim crescido, uma vez que pouco se transita por ali.
Acorda de seus devaneios e de súbito pensa no momento que vive.
Olha para a mesa posta, uma angústia invade seu peito e tira-lhe a vontade de sentar ali.
Volta-se novamente para a vidraça e olhando em seu vulto refletido pergunta: Por que não duas taças?
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3 comentários:

  1. ... e a tal manhã de verão???

    O vinho tá bom, a companhia também, mas já tomei mil litros de mate e nada de chegar dita manhã...hehehe

    Sempre lindas tuas cronicas...

    beijo

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  2. Sua sensibilidade é encantadora...parabéns pela escolha das paravras.......permite visualizar a cena, aouvis a musica, sentir o calor da lareira e o frio da solidão....belissimo...... Ana Maria Kich

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  3. Muito bom ler você...um presente...
    És menino sensivel, forte e cheio de emoção...
    Muita luz pra ti, poeta...
    e Dias cheinho de bem
    Parabens pelo pensar...pelo sentir...por ser dotado de emoção que fala...
    beijos coloridos

    http://www.facebook.com/karinalimasantos?v=app_2392950137#!/video/video.php?v=160459147322962

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