terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alvorada

Por levantar cedo demais
Preguei uma peça nos passarinhos
Ouviram meus passos pelo jardim
Enquanto nem tinham saído dos ninhos.
Ainda com sono dei ração para o cão sonolento
Estranhou o momento, mas se rendeu e comeu.
O gato deveras se surpreendeu
Pois sempre acorda antes que eu
Fitou-me esfregando os olhos e só então
Tranqüilizou... Não era assombração.
Nada demais acontece na parda madrugada
A não ser jovens voltando embaladas
Por terem se abalado nas baladas
Seus saltos marcando na calçada.
Uma balzaquiana na retaguarda
Levando a sandália a tiracolo
Roupa de festa, rosto maquiado
Pés desacostumados a tocar no solo.
Lanço um olhar furtivo, perigando até lascivo
Tanto me privo, pois é com a insônia que vivo.

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