sexta-feira, 20 de julho de 2012

Lavadeiras

Como nas barrancas dos grandes rios
No São Francisco não é diferente
Pois em suas corredeiras de pedras aparentes
Elas surgem aos poucos cansadas
Com suas trouxas na cabeça equilibradas
No rosto o retrato, a manchete de cada relato.
Uma bate raivosa a camisa na pedra molhada
Por uma traição retratada, com batom na gola marcada.
Outra acaricia a roupa e suspira
Pois o colarinho que agora admira
Faz lembrar a noite anterior
E sonhar com as próximas que virão
Pois a camisa de sua grande paixão
É lavada com amaciante sem cor
Porém tem o mais delicado amor
Que habita forte em seu coração.
Umas costumeiras nem tem roupa suja
Fazem uma trouxa em busca de assunto
E assim disfarçam o isolamento
Numa ação coletiva de compartilhamento
Lavam as roupas e a alma junto!

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