terça-feira, 15 de junho de 2010

Escada

Na escada encontrei um velho
E, pelo semblante que tinha
Deveria ter o dobro da idade minha
Segurava firme o corrimão
Ele subindo e eu descia
Embora com minha idade
Fosse da sua a metade
Mal sentia tocar as mãos

Ao me ver falou bom dia
Embora ofegante ele seguia
Em cada degrau que subia
Demonstrava força pra viver
Eu mal balbuciei a resposta
Inerte em minha dor
Descendo para me por
No chão pensando em morrer

Ele sentiu pena de mim
Me fitou ao passar
O que senti em seu olhar
Me ficou numa imagem
Quanta luta aquele homem
Já travou e ainda assim
Ali ao cruzar por mim
Demonstrava força e coragem

Eu descendo e ele subindo
Cada degrau pra ele uma vitória
Homem de brio e de glórias
Mirando sempre em frente
Ele subindo e eu descendo
Cada degrau uma forte
Vontade de encontrar a morte
Que me viesse de repente

Nenhum comentário:

Postar um comentário