sábado, 12 de outubro de 2013

Riacho

Onde cresci corria um riozinho
Calmo, ziguezagueando nos campos
Nas pedras fazendo carinho
Ou embalando nas corredeiras
Açoitando os caetés da beira.
Numa curva um poço se formava
Água tão límpida que no fundo se avistava
Os lambaris faceiros, intrépidos ligeiros
E as avencas teimosas que são
Na luta por deixar verde a barranca
A cada enchente castigada pela erosão.

Eu guri nadava naquela água cristalina
As primeiras braçadas de pura adrenalina
Coisas boas dos tempos idos
Dias alegres outros meio sofridos
Livre por crescer sem alambrado
Ou carente na ausência de um costado
Mas como a água que busca seu caminho
Crescemos e seguimos nossa jornada
A cada dia uma partida, ou uma chegada
Depositando na conta do crescimento
Os desalentos que rondam por momentos

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