Carranca
Nos
barcos do São Francisco
Eu
conheci as carrancas.
Instaladas
soberbas nas proas
Faz
as almas penadas a afins
Assombrações
e coisas ruins
Respeitarem
o cenho franzido
De
olhos grandes e dentes compridos
Ficarem
quietinhas na retranca.
Um
velho pescador me contou
Jurando
por sua felicidade
Estar
dizendo a verdade
Que
certa feita numa navegação
A
carranca de sua embarcação
Espantou
até o cramulhão
Que
sumiu correndo na barranca!
Uma
destas veio comigo
Pois
se coisa ruim afasta
Não
custa se precaver.
Olhando
a criatura estes dias
Fiquei
a pensar comigo
Se
no rio livra os perigos
Na
terra como há de ser.
Miro-a
e ela me olha
E
inspiro-me no seu semblante
Não
que ache parecida comigo
Porem
assim a vagar eu sigo
Como
um carrancudo andante.
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